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Exemplos de

A la fresca

2 resultados encontrados


1. Metamorfose

ita moldura dourada. Mostrava uma senhora, de chapéu e esto
de peles, rigidamente sentada, a estender ao espectador um
antebraço sumia! Gregor desviou então a vista para a jane
e deu com o céu nublado - ouviam-se os pingos de chuva a b
or desviou então a vista para a janela e deu com o céu nub
do - ouviam-se os pingos de chuva a baterem na calha da jane
do - ouviam-se os pingos de chuva a baterem na calha da jane
e isso o fez sentir-se bastante melancólico. Não seria me
aterem na calha da janela e isso o fez sentir-se bastante me
ncólico. Não seria melhor dormir um pouco e esquecer todo
itou. Mas era impossível, estava habituado a dormir para o
do direito e, na presente situação, não podia virar-se. P
e por inclinar o corpo para a direita, tornava sempre a rebo
r, ficando de costas. Tentou, pelo menos, cem vezes, fechand
a debaterem-se, e só desistiu quando começou a sentir no f
nco uma ligeira dor entorpecida que nunca antes experimentar
ligações dos trens, com a cama e com as refeições irregu
res, com conhecimentos casuais, que são sempre novos e nunc
pois, ao seu contato, sentiu-se percorrido por um arrepio ge
do. Voltou a deixar-se escorregar para a posição inicial.
empo que me teria despedido; iria ter com o patrão e lhe fa
r exatamente o que penso dele. Havia de cair ao comprido em
hábito esquisito, esse de se sentar a uma secretária em p
no elevado e falar para baixo para os empregados, tanto mais
o, esse de se sentar a uma secretária em plano elevado e fa
r para baixo para os empregados, tanto mais que eles têm de
o teria tocado? Da cama, via-se que estava corretamente regu
do para as quatro; claro que devia ter tocado. Sim, mas seri
a, via-se que estava corretamente regulado para as quatro; c
ro que devia ter tocado. Sim, mas seria possível dormir sos
£o estavam embrulhadas e ele próprio não se sentia particu
rmente fresco e ativo. E, mesmo que apanhasse o trem, não c
casa com o médico da Previdência, repreenderia os pais pe
preguiça do filho e poria de parte todas as desculpas, rec
a-se mesmo esfomeado. À medida que tudo isto lhe passava pe
mente a toda a velocidade, sem ser capaz de resolver a deix
é um quarto para as sete. Não tem de apanhar o trem? Aque
voz suave! Gregor teve um choque ao ouvir a sua própria vo
fundo sonoro, que apenas conservava a forma distinta das pa
vras no primeiro momento, após o que subia de tom, ecoando
meiro momento, após o que subia de tom, ecoando em torno de
s, até destruir-lhes o sentido, de tal modo que não podia
sentido, de tal modo que não podia ter-se a certeza de tê-
s ouvido corretamente. Gregor queria dar uma resposta longa,
ter evitado que a sua mudança de voz fosse perceptível do
do de fora, pois a mãe contentou-se com esta afirmação, a
firmação, afastando se rapidamente. Esta breve troca de pa
vras tinha feito os outros membros da família notarem que G
¡rio do que esperavam, e agora o pai batia a uma das portas
terais, suavemente, embora com o punho. - Gregor, Gregor - c
com voz mais firme: - Gregor! Gregor! Junto da outra porta
teral, a irmã chamava, em tom baixo e quase lamentoso: - Gr
outra porta lateral, a irmã chamava, em tom baixo e quase
mentoso: - Gregor? Não se sente bem? Precisa de alguma cois
voz soasse tão normal quanto possível, pronunciando as pa
vras muito claramente e deixando grandes pausas entre elas.
£o normal quanto possível, pronunciando as palavras muito c
ramente e deixando grandes pausas entre elas. Assim, o pai v
palavras muito claramente e deixando grandes pausas entre e
s. Assim, o pai voltou ao breve almoço, mas a irmã segredo
mente causadas por posições incômodas, que se tinham reve
do puramente imaginárias ao levantar-se, e ansiava fortemen
stante fácil: bastava-lhe inchar um pouco o corpo e deixá-
cair por si. Mas o movimento seguinte era complicado, espec
guinte era complicado, especialmente devido à sua invulgar
rgura. Precisaria de braços e mãos para erguer-se; em seu
em todas as direções e que de modo nenhum conseguia contro
r. Quando tentou dobrar uma delas, foi a primeira a esticar-
modo nenhum conseguia controlar. Quando tentou dobrar uma de
s, foi a primeira a esticar-se, e, ao conseguir finalmente q
iu todas as forças e deu um temerário impulso, tinha calcu
do mal a direção e embateu pesadamente na extremidade infe
e embateu pesadamente na extremidade inferior da cama, reve
ndo-lhe a dor aguda que sentiu ser provavelmente aquela, de
revelando-lhe a dor aguda que sentiu ser provavelmente aque
, de momento, a parte mais sensível do corpo. Visto isso, t
para a borda da cama. Descobriu ser fácil e, apesar da sua
rgura e volume, o corpo acabou por acompanhar lentamente o m
nço, dado que, no fim de contas caso se deixasse cair naque
posição, só um milagre o salvaria de magoar a cabeça. E
de contas caso se deixasse cair naquela posição, só um mi
gre o salvaria de magoar a cabeça. E, custasse o que custas
, não divisando processo de introduzir qualquer ordem naque
arbitrária confusão, repetiu a si próprio que era imposs
­vel ficar na cama e que o mais sensato era arriscar tudo pe
menor esperança de libertar-se dela. Ao mesmo tempo, não
to era arriscar tudo pela menor esperança de libertar-se de
. Ao mesmo tempo, não se esquecia de ir recordando a si mes
entava focar a vista tão distintamente quanto podia na jane
, mas, infelizmente, a perspectiva da neblina matinal, que o
perspectiva da neblina matinal, que ocultava mesmo o outro
do da rua estreita, pouco alívio e coragem lhe trazia. Sete
s-se a balouçar todo o corpo ao mesmo tempo, num ritmo regu
r, no intuito de rebocá-lo para fora da cama. Caso se deseq
rebocá-lo para fora da cama. Caso se desequilibrasse naque
posição, podia proteger a cabeça de qualquer pancada erg
rovavelmente, causaria ansiedade, ou mesmo terror, do outro
do e em todas as portas. Mesmo assim, devia correr o risco.
mais um jogo que um esforço, dado que apenas precisava rebo
r, balouçando-se para um lado e para outro -, veio-lhe à i
, dado que apenas precisava rebolar, balouçando-se para um
do e para outro -, veio-lhe à idéia como seria fácil se c
a. Duas pessoas fortes - pensou no pai e na criada - seriam
rgamente suficientes; não teriam mais que meter-lhe os braÃ
! Seria que todos os empregados em bloco não passavam de ma
ndros, que não havia entre eles um único homem devotado e
abalho na firma ou coisa parecida, fosse tão atormentado pe
consciência que perdesse a cabeça e ficasse realmente inc
ém menos versado nos negócios que ele próprio? E, mais pe
agitação provocada por tais reflexões do que por qualque
de modo que foi apenas um baque surdo, nem por isso muito a
rmante. Simplesmente, não tinha erguido a cabeça com cuida
inha erguido a cabeça com cuidado suficiente e batera com e
; virou-a e esfregou-a no tapete, de dor e irritação. - Al
a coisa caiu ali dentro - disse o chefe de escritório na sa
contígua do lado esquerdo. Gregor tentou supor no seu ínt
dentro - disse o chefe de escritório na sala contígua do
do esquerdo. Gregor tentou supor no seu íntimo que um dia p
ção, o chefe de escritório deu alguns passos firmes na sa
ao lado, fazendo ranger as botas de couro envernizado. Do q
o chefe de escritório deu alguns passos firmes na sala ao
do, fazendo ranger as botas de couro envernizado. Do quarto
. Não sabemos o que dizer pra ele. Além disso, ele quer fa
r contigo pessoalmente. Abre essa porta, faz-me o favor. Com
- disse a mãe ao visitante, ao mesmo tempo em que o pai fa
va ainda através da porta -, ele não está bem, senhor, po
azinha de madeira; o senhor ficaria admirado se visse como e
é bonita. Está pendurada no quarto dele. Num instante vai
onita. Está pendurada no quarto dele. Num instante vai vê-
, assim que o Gregor abrir a porta. Devo dizer que estou mui
o se mexendo um centímetro, com receio de perder uma só pa
vra da conversa. - Não imagino qualquer outra explicação,
io. - Espero que não seja nada de grave. Embora, por outro
do, deva dizer que nós, homens de negócios, feliz ou infel
gor, tornando a bater à porta. - Não - disse Gregor. Na sa
da esquerda seguiu-se um doloroso silêncio a esta recusa,
mpo e ainda nem começara a vestir-se. Bem, porque chorava e
? Por ele não se levantar e não abrir a porta ao chefe de
. Mas, por tão pequena falta de cortesia, que poderia ser p
usivelmente explicada mais tarde, Gregor não iria por certo
r agora do que atormentá-lo com lágrimas e súplicas. É c
ro que a incerteza e a desorientação deles desculpava aque
£o deles desculpava aquele comportamento. - Senhor Samsa - c
mou então o chefe de escritório, em voz mais alta -, que s
³rio, em voz mais alta -, que se passa consigo? Fica aí enc
usurado no quarto, respondendo só por sins e nãos, a dar u
igações profissionais de uma maneira incrível! Estou a fa
r em nome dos seus pais e do seu patrão e peco-lhe muito a
£ uma explicação possível para o seu desaparecimento - re
cionada com o dinheiro dos pagamentos que recentemente lhe f
emente lhe foi confiado - mas eu quase dei a minha solene pa
vra de honra de que não podia ser isso. Agora, que vejo com
pugnável. Vim com a intenção de dizer-lhe isto em particu
r, mas, visto que o senhor está a tomar tão desnecessariam
a época do ano não é ideal para uma subida do negócio, c
ro, admitamos isso, mas, uma época do ano para não fazer n
o estou, realmente, tão bem como pensava. Mas estou bem, pa
vra. Como uma coisa destas pode repentinamente deitar uma pe
não tem qualquer fundamento; nunca ninguém me disse uma pa
vra sobre isso. Talvez o senhor não tenha visto as últimas
na cama, e tentava agora erguer-se em pé, socorrendo-se de
. Tencionava, efetivamente, abrir a porta, mostrar-se realme
nava, efetivamente, abrir a porta, mostrar-se realmente e fa
r com o chefe de escritório; estava ansioso por saber, depo
e andasse depressa. A princípio escorregou algumas vezes pe
superfície envernizada da cômoda, mas, aos poucos, com um
s. Isto devolveu-lhe o controlo sobre si mesmo e parou de fa
r, porque agora podia prestar atenção ao que o chefe de es
fe de escritório estava a dizer. - Perceberam uma única pa
vra? - perguntava o chefe de escritório. - Com certeza não
£o está a tentar fazer de nós parvos? - Oh, meu Deus - exc
mou a mãe, lavada em lágrimas -, talvez ele esteja terrive
tar fazer de nós parvos? - Oh, meu Deus - exclamou a mãe,
vada em lágrimas -, talvez ele esteja terrivelmente doente
chamou a seguir. - Sim, mãe? - respondeu a irmã do outro
do. Chamavam uma pela outra através do quarto de Gregor. -
im, mãe? - respondeu a irmã do outro lado. Chamavam uma pe
outra através do quarto de Gregor. - Tens de ir imediatame
Vai chamar o médico, depressa. Ouviste como ele estava a fa
r? - Aquilo não era voz humana - disse o chefe de escritór
o chefe de escritório, numa voz perceptivelmente baixa ao
do da estridência da mãe. - Ana! Ana! - chamava o pai, atr
e desgraça. Mas Gregor estava agora muito mais calmo. As pa
vras que pronunciava já não eram inteligíveis, aparenteme
ntes, talvez porque o ouvido se tivesse acostumado ao som de
s. Fosse como fosse, as pessoas julgavam agora que ele estav
ralheiro, sem, na verdade, conseguir fazer uma distinção c
ra entre eles. No intuito de tornar a voz tão clara quanto
tinção clara entre eles. No intuito de tornar a voz tão c
ra quanto possível para a conversa que estava agora iminent
inente, tossiu um pouco, o mais silenciosamente que pôde, c
ro, uma vez que também o ruído podia não soar como o da t
osse humana, tanto quanto podia imaginar. Entrementes, na sa
contígua havia completo silêncio. Talvez os pais estivess
gor empurrou a cadeira em direção à porta, após o que a
rgou, agarrou-se à porta para se amparar as plantas das ext
ós o que a largou, agarrou-se à porta para se amparar as p
ntas das extremidades das pequenas pernas eram levemente peg
rnas eram levemente pegajosas- e descansou, apoiado contra e
por um momento, depois destes esforços. A seguir empenhou-
dentes - com que havia de segurar a chave?-, mas, por outro
do, as mandíbulas eram indubitavelmente fortes; com a sua a
havia de segurar a chave?-, mas, por outro lado, as mandíbu
s eram indubitavelmente fortes; com a sua ajuda, conseguiu p
m prestar atenção ao fato de estar certamente a danificá-
s em qualquer zona, visto que lhe saía da boca um fluído c
o que lhe saía da boca um fluído castanho, que escorria pe
chave e pingava para o chão. - Ouçam só - disse o chefe
a o chão. - Ouçam só - disse o chefe de escritório na sa
contígua - esta dando volta na chave . Isto foi um grande
amente os seus esforços, cerrou imprudentemente as mandíbu
s na chave com todas as forças de que dispunha. À medida q
ntamente para contornar a portada mais próxima da porta dup
, manobra que lhe exigiu grande cuidado, não fosse cair em
o quarto com um murro; depois, olhou perplexo em tomo da sa
de estar, cobriu os olhos com as mãos e desatou a chorar,
ito vigoroso sacudido por soluços. Gregor não entrou na sa
, mantendo-se encostado à parte interior da portada fechada
etade do corpo à vista, a cabeça a tombar para um e outro
do, por forma a ver os demais. Entretanto, a manhã tornara-
is. Entretanto, a manhã tornara-se mais límpida. Do outro
do da rua, divisava-se nitidamente uma parte do edifício ci
do, que era o hospital, abruptamente interrompido por uma fi
de janelas iguais. Chovia ainda, mas eram apenas grandes pi
a o hospital, abruptamente interrompido por uma fila de jane
s iguais. Chovia ainda, mas eram apenas grandes pingos bem v
ico que mantinha uma certa compostura -, vou me vestir, emba
r as amostras e sair. Desde que o senhor me dê licença que
£o de caixeiro- viajante é dura, mas não posso viver sem e
. Para onde vai o senhor? Para o escritório? Sim? Não se i
r bem sabe. Além disso, tenho de olhar pelos meus pais e pe
minha irmã. Estou a passar por uma situação difícil, ma
vencendo. Não me torne as coisas mais complicadas do que e
s já são. Eu bem sei que os caixeiros-viajantes não são
sofre pessoalmente as suas funestas conseqüências; para e
s, não consegue descobrir as causas originais. Peço-lhe, p
ais. Peço-lhe, por favor, que não se vá embora sem uma pa
vra sequer que mostre que me dá razão, pelo menos em parte
ue me dá razão, pelo menos em parte! Logo às primeiras pa
vras de Gregor, o chefe de escritório recuara e limitava-se
o os lábios, por cima do ombro crispado. Enquanto Gregor fa
va, não estivera um momento quieto, procurando, sem tirar o
o se obedecesse a qualquer ordem secreta para abandonar a sa
. Estava junto ao vestíbulo, e a maneira súbita como deu u
a maneira súbita como deu um último passo para sair da sa
de estar levaria a crer que tinha posto o pé em cima duma
se convencido, ao longo dos anos, de que Gregor estava insta
do na firma para toda a vida e, além disso, estavam tão co
. E por certo o chefe de escritório, parcial como era em re
ção às mulheres, acabaria se deixando levar por ela. Ela
em relação às mulheres, acabaria se deixando levar por e
. Ela teria fechado a porta de entrada e, no vestíbulo, dis
elação às mulheres, acabaria se deixando levar por ela. E
teria fechado a porta de entrada e, no vestíbulo, dissipar
orta de entrada e, no vestíbulo, dissiparia o horror. Mas e
não estava e Gregor teria de enfrentar sozinho a situaçã
ossibilidades, e até todas as probabilidades, de as suas pa
vras serem mais uma vez ininteligíveis, afastou-se do umbra
ininteligíveis, afastou-se do umbral da porta, deslizou pe
abertura e começou a encaminhar-se para o chefe de escritÃ
meras pernas. Mas, chegado a essa posição, experimentou pe
primeira vez nessa manhã uma sensação de conforto físic
rimento. No preciso momento em que se encontrou no chão, ba
nçando-se com sofrida ânsia para mover-se, não longe da m
mover-se, não longe da mãe, na realidade mesmo defronte de
, esta, que parecia até aí completamente aniquilada, pôs-
fronte dela, esta, que parecia até aí completamente aniqui
da, pôs-se de pé de um salto, de braços e dedos estendido
ás de, si a mesa ainda posta, sentou-se precipitadamente ne
, como se tivesse perdido momentaneamente a razão, ao esbar
ete. - Mãe, mãe - murmurou Gregor, erguendo a vista para e
. Nessa altura, o chefe de escritório estava já completame
r, não resistiu ao ver o café a correr, cerrou as mandíbu
s com um estalo. Isto fez com que a mãe gritasse outra vez,
irando-se para os braços do pai, que se apressou a acolhê-
. Mas agora Gregor não tinha tempo a perder com os pais. O
; com o queixo apoiado no corrimão, dava uma última olhade
para trás de si. Gregor deu um salto, para ter melhor a ce
s degraus e desapareceu, sempre aos gritos, que ressoavam pe
s escadas. Infelizmente a fuga do chefe de escritório parec
tamente fora de si, embora até então se tivesse mantido re
tivamente calmo. Assim, em lugar de correr atrás do homem o
perseguição de Gregor, agarrou com a mão direita na benga
que o chefe de escritório tinha deixado numa cadeira, junt
a em cima da mesa e, batendo com os pés e brandindo a benga
e o jornal, tentou forçar Gregor a regressar ao quarto. De
o chão. Por trás do pai, a mãe tinha escancarado uma jane
, apesar do frio, e debruçava-se a ela segurando a cabeça
escancarado uma janela, apesar do frio, e debruçava-se a e
segurando a cabeça com as mãos. Uma rajada de vento penet
ando a cabeça com as mãos. Uma rajada de vento penetrou pe
s escadas, agitando as cortinas da janela e agitando os jorn
e vento penetrou pelas escadas, agitando as cortinas da jane
e agitando os jornais que estavam sobre a mesa, o que fez q
rar o pai com a lentidão de tal manobra e temia que a benga
que o pai brandia na mão pudesse desferir-lhe uma pancada
u, aterrorizado, que, ao recuar, nem sequer conseguia contro
r a direção em que se deslocava-se, assim, sempre observan
cava-se, assim, sempre observando ansiosamente o pai, de sos
io, começou a virar o mais rapidamente que pôde, o que, na
e à distância, lhe auxiliar a manobra com a ponta da benga
. Se ao menos ele parasse com aquele insuportável assobio!
ente da cabeça, pareceu-lhe que o corpo era demasiadamente
rgo para poder passar pela abertura. É claro que o pai, no
he que o corpo era demasiadamente largo para poder passar pe
abertura. É claro que o pai, no estado de espírito atual,
a demasiadamente largo para poder passar pela abertura. É c
ro que o pai, no estado de espírito atual, estava bem longe
oz de pai nenhum. Não sendo caso para brincadeiras, Gregor
nçou-se, sem se preocupar com as conseqüências, pela aber
egor lançou-se, sem se preocupar com as conseqüências, pe
abertura da porta. Um dos lados do corpo ergueu-se e Gregor
upar com as conseqüências, pela abertura da porta. Um dos
dos do corpo ergueu-se e Gregor ficou entalado no umbral da
a porta. Um dos lados do corpo ergueu-se e Gregor ficou enta
do no umbral da porta ferindo-se no flanco, que cobriu a por
e e Gregor ficou entalado no umbral da porta ferindo-se no f
nco, que cobriu a porta branca de horrorosas manchas. Não t
por si só, não poderia mover-se, com as pernas de um dos
dos a agitarem-se tremulamente no ar e as do outro penosamen
mover-se, com as pernas de um dos lados a agitarem-se tremu
mente no ar e as do outro penosamente esmagadas de encontro
é ao meio do quarto, sangrando abundantemente. Empurrada pe
bengala, a porta fechou-se violentamente atrás de si e, po
io do quarto, sangrando abundantemente. Empurrada pela benga
, a porta fechou-se violentamente atrás de si e, por fim, f
de modo desajeitado as antenas, cuja utilidade começava pe
primeira vez a apreciar, arrastou-se até à porta, para ve
se até à porta, para ver o que acontecera. Sentia todo o f
nco esquerdo convertido numa única cicatriz, comprida e inc
te repuxada, e tinha efetivamente de coxear sobre as duas fi
s de pernas. Uma delas ficara gravemente atingida pelos acon
efetivamente de coxear sobre as duas filas de pernas. Uma de
s ficara gravemente atingida pelos acontecimentos dessa manh
atingida pelos acontecimentos dessa manhã - era quase um mi
gre ter sido afetada apenas uma e arrastava-se, inútil, atr
is de chegar à porta percebeu o que o tinha atraído para e
: o cheiro da comida. Com efeito, tinham lá posto uma tigel
a: o cheiro da comida. Com efeito, tinham lá posto uma tige
de leite dentro do qual flutuavam pedacinhos de pão. Quase
esanimado: além de ter dificuldade em comer, por causa do f
nco esquerdo magoado, que o obrigava a ingerir a comida à f
ado, que o obrigava a ingerir a comida à força de sacudide
s, recorrendo a todo o corpo, não gostava do leite, conquan
, Efetivamente, foi quase com repulsa que se afastou da tige
e se arrastou até meio do quarto. Através da fenda da por
a fenda da porta, verificou que tinham acendido o gás na sa
de estar. Embora àquela hora o pai costumasse ler o jornal
ou que tinham acendido o gás na sala de estar. Embora àque
hora o pai costumasse ler o jornal em voz alta para a mãe
as vezes mencionara em conversa e por carta. Mas por todo o
do reinava o mesmo silêncio, embora por certo estivesse alg
giou-se no exercício físico e começou a rastejar para um
do e para o outro, ao longo do quarto. A certa altura, duran
A certa altura, durante o longo fim de tarde, viu as portas
terais abrir-se ligeiramente e ser novamente fechada; mais t
e fechada; mais tarde, sucedeu o mesmo com a porta do outro
do. Alguém pretendera entrar e mudara de idéias. Gregor re
Gregor resolveu postar-se ao pé da porta que dava para a sa
de estar, decidido a persuadir qualquer visitante indeciso
©m entrava e até as chaves tinham sido transferidas para o
do de fora das portas. Só muito tarde apagaram o gás na sa
do de fora das portas. Só muito tarde apagaram o gás na sa
; Gregor tinha quase a certeza de que os pais e a irmã tinh
o comprimido e não lhe fosse possível levantar a cabeça,
mentando apenas que o corpo fosse largo de mais para caber t
vel levantar a cabeça, lamentando apenas que o corpo fosse
rgo de mais para caber totalmente debaixo do sofá. Ali pass
or estendeu a cabeça para fora do sofá e ficou a observá-
. Notaria a irmã que ele deixara o leite intacto, não por
e traria qualquer outra comida que lhe agradasse mais ao pa
dar? Se ela o não fizesse de moto próprio, Gregor preferir
ualquer outra comida que lhe agradasse mais ao paladar? Se e
o não fizesse de moto próprio, Gregor preferiria morrer d
comer. A irmã notou imediatamente, com surpresa, que a tige
estava ainda cheia, à exceção de uma pequena porção de
eção de uma pequena porção de leite derramado em tomo de
; ergueu logo a tigela, não diretamente com as mãos, é ce
porção de leite derramado em tomo dela; ergueu logo a tige
, não diretamente com as mãos, é certo, mas sim com um pa
Gregor sentia uma enorme curiosidade de saber o que traria e
em sua substituição, multiplicando conjecturas. Não pode
ga salgada. Além disso, tornou a pôr no chão a mesma tige
, dentro da qual deixou água, e que pelos vistos ficaria re
u rapidamente o queijo, as hortaliças e o molho; por outro
do, a comida fresca não tinha atrativos para si; não podia
Mal a irmã virou costas, Gregor saiu de baixo do sofá, di
tando e esticando o corpo. Assim era Gregor alimentado, uma
recado. Não que eles desejassem que ele morresse de fome, c
ro está, mas talvez porque não pudessem suportar saber mai
r mais sobre as suas refeições do que aquilo que sabiam pe
boca da irmã, e talvez ainda porque a irmã os quisesse po
ninguém compreendia o que ele dizia, nunca lhes passara pe
cabeça, nem sequer à irmã, que ele pudesse percebê-los;
que a irmã ia ao seu quarto, Gregor contentava-se em ouvi-
soltar um ou outro suspiro ou exprimir uma ou outra invocaÃ
arde, quando se acostumou um pouco mais à situação - é c
ro que nunca poderia acostumar-se inteiramente -, fazia por
se inteiramente -, fazia por vezes uma observação que reve
va uma certa simpatia, ou que como tal podia ser interpretad
que ia acontecendo, Gregor apanhava, muitas conversas nas sa
s contíguas e, assim que elas se tornavam audíveis, corria
anhava, muitas conversas nas salas contíguas e, assim que e
s se tornavam audíveis, corria para a porta em questão, co
s se tornavam audíveis, corria para a porta em questão, co
ndo-se todo a ela. Durante os primeiros dias, especialmente,
íveis, corria para a porta em questão, colando-se todo a e
. Durante os primeiros dias, especialmente, não havia conve
amília em casa: ninguém queria ficar lá sozinho e deixá-
sem ninguém estava inteiramente fora da questão. Logo nos
hecimento da situação não era para Gregor perfeitamente c
ro, caíra de joelhos diante da mãe, suplicando-lhe que a d
to que não era trabalho de monta, pois pouco se comia naque
casa. Gregor ouvia constantemente um dos membros da famíli
ava a entender que podia pedir à porteira que fosse buscá-
, para que ele não se sentisse em dívida, mas nessa altura
tamento a um pequeno cofre que tinha conseguido salvar do co
pso financeiro em que mergulhara cinco anos atrás. Ouviam-n
omplicada fechadura e a remexer em papéis, depois a fechá-
novamente. Tais informações do pai foram as primeiras not
lia. Tinha sido uma época feliz, que nunca viria a ser igua
da, embora mais tarde Gregor ganhasse o suficiente para sust
ntimidade, alimentando a secreta esperança de poder mandá-
para o Conservatório no ano seguinte, apesar das grandes d
s quais de qualquer maneira haveria de fazer face, já que e
, ao contrário de Gregor, gostava imenso de música e tocav
tos a ouviam. Durante os breves dias que passava em casa, fa
va muitas vezes do Conservatório nas conversas com a irmã,
, à escuta. Por vezes, o cansaço obrigava-o a interrompê-
, limitando-se então a encostar a cabeça à porta, mas ime
leve ruído que fazia ao mexer a cabeça era audível na sa
ao lado e fazia parar todas as conversas. Que estará ele a
ruído que fazia ao mexer a cabeça era audível na sala ao
do e fazia parar todas as conversas. Que estará ele a fazer
o que o pai se tomava repetitivo nas explicações - por um
do, devido ao acontecimento de há muito não se encarregar
ara economias que constituíam um pequeno capital. Do outro
do da porta, Gregor acenava ansiosamente com a cabeça, sati
acenava ansiosamente com a cabeça, satisfeito perante aque
demonstração de inesperado espírito de poupança e previ
nde coisa. Ao longo desses cinco anos, os primeiros anos de
zer de uma vida de trabalho, ainda que mal sucedido, tinha e
o. Quanto à velha mãe, como poderia ganhar a vida com aque
asma, que até o simples andar agravava, obrigando-a muitas
zes a deixar-se cair num sofá, a arquejar junto de uma jane
aberta? E seria então justo encarregar do sustento da casa
a-se da porta e deixava-se cair no fresco sofá de couro ao
do dela, rubro de vergonha e desespero. Muitas vezes ali se
porta e deixava-se cair no fresco sofá de couro ao lado de
, rubro de vergonha e desespero. Muitas vezes ali se deixava
forço de empurrar uma cadeira de braços para junto da jane
, trepava para o peitoril e, arrimando-se à cadeira, encost
sação de liberdade que sempre experimentava ao ver à jane
. De fato, dia após dia, até as coisas que estavam relativ
anela. De fato, dia após dia, até as coisas que estavam re
tivamente pouco afastadas se tornavam pouco nítidas; o hosp
o afastadas se tornavam pouco nítidas; o hospital do outro
do da rua, que antigamente odiava por ter sempre à frente d
er maneira, uma rua de cidade, bem poderia julgar que a jane
dava para um terreno deserto onde o cinzento do céu e da t
a irmã só precisou ver duas vezes a cadeira junto da jane
: a partir de então, sempre que acabava de arrumar o quarto
mesmo, sítio e até deixava as portadas interiores da jane
abertas. Se ao menos pudesse falar com ela e agradecer-lhe
ortadas interiores da janela abertas. Se ao menos pudesse fa
r com ela e agradecer-lhe tudo o que fazia por ele, suportar
nteriores da janela abertas. Se ao menos pudesse falar com e
e agradecer-lhe tudo o que fazia por ele, suportaria melhor
fazia por ele, suportaria melhor os seus cuidados; mas naque
s condições, sentia-se oprimido. É certo que ela tentava
mas naquelas condições, sentia-se oprimido. É certo que e
tentava fazer, o mais despreocupadamente possível, tudo o
bendo mais lucidamente da situação. Bastava a maneira de e
entrar para o angustiar. Mal penetrava no quarto, corria pa
ara o angustiar. Mal penetrava no quarto, corria para a jane
, sem sequer dar-se ao trabalho de fechar a porta atrás de
e estivesse pontos de sufocar, abria precipitadamente a jane
e ali ficava a apanhar ar durante um minuto, por mais frio
fosse possível permanecer na sua presença sem abrir a jane
. Certa vez, coisa de um mês após a metamorfose de Gregor,
te mais cedo do que era habitual e deu com ele a ver à jane
, imóvel, numa posição em que parecia um espectro. Gregor
m que parecia um espectro. Gregor não se surpreenderia se e
não entrasse pura e simplesmente, pois não podia abrir im
a e simplesmente, pois não podia abrir imediatamente a jane
enquanto ele ali estivesse, mas ela não só evitou entrar
rir imediatamente a janela enquanto ele ali estivesse, mas e
não só evitou entrar como deu um salto para trás, diria
só evitou entrar como deu um salto para trás, diria que a
rmada, e bateu com a porta em retirada. Um estranho que obse
aria com certeza que Gregor a esperava para lhe morder. É c
ro que imediatamente se escondeu debaixo do sofá, mas ela s
claro que imediatamente se escondeu debaixo do sofá, mas e
só voltou ao meio-dia com um ar bastante mais perturbado d
ecia sob o sofá. Nestas condições, decidiu um dia poupá-
a tal visão e, à custa de quatro horas de trabalho, pôs
e, à custa de quatro horas de trabalho, pôs um lençol pe
s costas e dirigiu-se para o sofá, dispondo-o de modo a ocu
o corpo, mesmo que a irmã se baixasse para espreitar. Se e
achasse desnecessário o lençol, decerto o tiraria do sofÃ
§ol, decerto o tiraria do sofá, visto ser evidente que aque
forma de ocultação e confinamento em nada contribuíam pa
da contribuíam para o conforto de Gregor; neste instante, e
deixou o lençol onde estava e ele teve mesmo a impressão
uma ponta do lençol para ver qual a reação da irmã àque
nova disposição. Durante os primeiros quinze dias, os pai
orventura não melhorara um pouco. A mãe, essa, começou re
tivamente cedo a pretender visitá-lo, mas o pai e a irmã t
nder visitá-lo, mas o pai e a irmã tentaram logo dissuadi-
, contrapondo argumentos que Gregor escutava atentamente, e
trapondo argumentos que Gregor escutava atentamente, e que e
aceitou totalmente. Mais tarde, só conseguiam removê-la p
ela aceitou totalmente. Mais tarde, só conseguiam removê-
pela forca e, quando ela exclamava, a chorar: Deixem-me ir
aceitou totalmente. Mais tarde, só conseguiam removê-la pe
forca e, quando ela exclamava, a chorar: Deixem-me ir ver o
Mais tarde, só conseguiam removê-la pela forca e, quando e
exclamava, a chorar: Deixem-me ir ver o Gregor, o meu pobre
arde, só conseguiam removê-la pela forca e, quando ela exc
mava, a chorar: Deixem-me ir ver o Gregor, o meu pobre filho
enho de ir vê-lo, Gregor pensava que talvez fosse bom que e
lá fosse, não todos os dias, claro, mas talvez uma vez po
ue talvez fosse bom que ela lá fosse, não todos os dias, c
ro, mas talvez uma vez por semana; no fim de contas, ela hav
s, claro, mas talvez uma vez por semana; no fim de contas, e
havia de compreender, muito melhor que a irmã, que não pa
em ser satisfeito. Durante o dia evitava mostrar-se à jane
, por consideração para com os pais, mas os poucos metros
lhe seria possível passar toda a noite imóvel; por outro
do, perdia rapidamente todo e qualquer gosto pela comida. Pa
por outro lado, perdia rapidamente todo e qualquer gosto pe
comida. Para se distrair, adquirira o hábito de se arrasta
se arrastar ao longo das paredes e do teto. Gostava particu
rmente de manter-se suspenso do teto, coisa muito melhor do
chão: sua respiração se tornava mais livre, o corpo osci
va e coleava suavemente e, quase beatificamente absorvido po
r coordenação dos movimentos do corpo, nem uma queda daque
altura tinha conseqüências. A irmã notara imediatamente
favor de manter a porta da cozinha fechada à chave e abri-
apenas quando expressamente a chamavam. Deste modo, só lhe
do expressamente a chamavam. Deste modo, só lhe restava ape
r para a mãe numa altura em que o pai não estivesse em cas
que o pai não estivesse em casa. A mãe anuiu-se, entre exc
mações de ávida satisfação, que diminuíram junto à po
£o, que diminuíram junto à porta do quarto de Gregor. É c
ro que a irmã entrou primeiro, para verificar se estava tud
fora para espreitar, renunciando ao prazer de ver a mãe pe
satisfação de ela ter decidido afinal visitá-lo. - Entre
, renunciando ao prazer de ver a mãe pela satisfação de e
ter decidido afinal visitá-lo. - Entre, que ele não está
não está à vista - disse a irmã, certamente guiando-a pe
mão. Gregor ouvia agora as duas mulheres a esforçarem-se
ar, porque era pesada de mais e nunca conseguiriam deslocá-
antes da chegada do pai e, se ficasse no meio do quarto, co
e voz, pois estava convencida de que ele não percebia as pa
vras -, não é verdade que, retirando-lhe a mobília, lhe m
m mais facilidade o que aconteceu entretanto. Ao ouvir as pa
vras da mãe, Gregor apercebeu-se de que a falta de conversa
ito; se assim não fosse, não teria genuinamente ansiado pe
retirada da mobília do quarto. Quereria, efetivamente, que
queijo, as hortaliças e o molho; por outro lado, a comida
não tinha atrativos para si; não podia sequer suportar-lh

2. A la fresca

-me uma desgraça; perdi uma dinheirama do meu patrão... - ‎
! - É verdade... antes morresse que isso! [...]" Adaptado d